Muitas pessoas ainda vivem cercadas de dúvidas quando precisam identificar ou até mesmo falar sobre as diferenças entre a Síndrome de Asperger e o TDAH. De fato, não é uma tarefa simples, pois ambos os transtornos apresentam algumas semelhanças; entretanto, eles não podem ser encarados como o mesmo distúrbio.
Se de um lado, a Síndrome de Asperger e o TDAH apresentam seus pontos em comum; por outro, eles também têm suas características próprias, o que difere um do outro.
Importante saber a diferença
Antes de tudo, é muito importante que se saiba diferenciá-los, até mesmo para que a intervenção utilizada seja eficaz para garantir uma qualidade de vida excelente à pessoa e a seus familiares.
Asperger X TDAH: comunicação
Você já sabe que não se pode colocá-los no mesmo pacote, pois ambos são diferentes. Enquanto uma criança, por exemplo, com a Síndrome de Asperger apresenta certa dificuldade com a forma que eles usam a linguagem; uma pessoa jovem que tem TDAH não necessariamente demonstra esse déficit ao se comunicar pela fala.
Para ilustrar nossa explicação, tomemos como exemplo o João (com Asperger) e o José (TDAH). Enquanto o João encontra dificuldade para entender a linguagem não literal, como o uso de gírias ou outras expressões; o João já consegue se sair bem e compreende o contexto da fala de seu interlocutor sem obstáculos.
João fixa mais em seus assuntos e não é tão flexível para mudar a conversa, falar sobre outro tema. Além disso, João não usa tanta inflexão em sua voz. José, por sua vez, conversa mais e aborda uma temática mais variada. Outra diferença é que José abre espaço para que seu interlocutor também se expresse e até mude de conversa, proporcionando um ambiente mais recíproco.
A comunicação entre quem tem a Síndrome de Asperger e o TDAH mostra a sua diferença nos casos mostrados acima: enquanto o primeiro caso apresenta uma considerável limitação quanto ao uso da linguagem; o segundo é mais extenso e mostra uma fluência verbal mais elaborada e receptiva.
Asperger X TDAH: comportamento
João tem Síndrome de Asperger. Com isso, ele tende a ter dificuldade para perceber determinadas situações acerca da receptividade do outro. João não consegue interpretar expressões faciais, por exemplo, e isso implica em um comportamento excêntrico e que apresente até mesmo uma característica única, unilateral.
José tem TDAH e embora ele se distraia muito facilmente, ele consegue interpretar as situações às quais ele está inserido. José também consegue se sair melhor nas interações sociais que fazem parte de seu cotidiano.
No entanto, José pode ter momentos de maior impulsividade, quando comparado ao João. Acontece que uma das características do TDAH é esse lado mais distraído ou agitado; ele está mais propenso a agir com mais impulso, o que muitos enxergam como mau comportamento.
No caso de João, ele pode preferir a companhia de adultos e, em muitos casos, as situações sociais significam uma situação estressante para ele. Diferente do José que, mesmo mais impulsivo, consegue se orientar melhor em contato com muita gente.
A pessoa com a Síndrome de Asperger tende a ter maior sensibilidade sensorial: sons, gostos, olfato; além de estar mais propenso a rotinas como forma de segurança em suas ações. A criança com TDAH, no entanto, consegue se sobressair diante dessas situações, tendo apenas a hiperatividade e/ou a desatenção em sala de aula como algo a ser tratado.
Intervenção
É imprescindível que em ambos os casos, uma equipe multidisciplinar atue como forma de garantir uma intervenção adequada e que garanta qualidade de vida a essas pessoas. Cada caso deve e precisa ser resolvido de maneira individual. Nunca se esqueça!
Créditos: EndendendoAutismo